
Havia uma menina de frente pra vitrine. Seu pai lhe ajudava com o sorvete que ainda há pouco lhe impedira de entar na loja com sua mãe. Ela ficara ali estática, dividida entre a vitrine e o sorvete, que parecia nunca acabar ante a aflição de pequenos lábios e o desejo de acompanhar sua mãe nas compras.
Parada frente àquelas peças luxuosas para festas e casamentos, olhava cada detalhe, as cores e tudo que descobria de diferente. Virava a cabeça, remexia os olhos... até parecia uma costureira apreciando minuciosamente cada detalhe da peça. Ora estranhava, ora enchia os olhos diante de cada observação que fazia das roupas expostas nas manequins da loja.
Ela olhava para o sorvete, com olhares de tortura. Como se fosse obrigada a se livrar dele. Aquele castigo delicioso e gelado. Que agora era seu impedimento de estar lá dentro. Com todos aqueles outros modelos... numa daquelas outras cabinas onde provavelmente sua mãe devia estar se divertindo tanto. Pois fazia um tempo ela sumira...
Aos poucos foi se afastando, dando-se por cansada pela vagareza do sorvete que fazia questão de não terminar. Olhava cada vez mais cansada para ele... até sentar-se no banco de frente pra loja que com a ajuda de seu pai conseguiu se acomodar a comer sozinha sua penitência. E cada vez mais que ela lambia ao redor, ele começava a escorrer. E escorria entre seus dedos... deixando suas mãos todas sujas, sua boca suja e... sujando seu vestido! Desapontado com tal feitio, seu pai bruto diz que ela será levada ao banheiro para limpar toda a bagunça que fez. Joga então seu sorvete, inacabado no lixo. Ela se enfurece e finalmente é tomada no colo pelo grandalhão. Depois de algum tempo ela volta e sua mãe está à espera na frente da loja. Quando avista os dois corre para eles... ela, solta no chão corre em direção à mãe. A mãe pára, agacha e abre-lhe os braços, esperando receber um abraço gostoso e cheio de saudade... e pra seu espanto, a criança desvia e vai até a loja. Pára em frente à vitrine e com os dedos alisando o vidro. Olha seu vestido ainda – meio – manchado pelo sorvete. Olha de novo a vitrine e faz jus mostrando a sujeira, cândida suplica:
- Mãe, me compra um vestido?
Parada frente àquelas peças luxuosas para festas e casamentos, olhava cada detalhe, as cores e tudo que descobria de diferente. Virava a cabeça, remexia os olhos... até parecia uma costureira apreciando minuciosamente cada detalhe da peça. Ora estranhava, ora enchia os olhos diante de cada observação que fazia das roupas expostas nas manequins da loja.
Ela olhava para o sorvete, com olhares de tortura. Como se fosse obrigada a se livrar dele. Aquele castigo delicioso e gelado. Que agora era seu impedimento de estar lá dentro. Com todos aqueles outros modelos... numa daquelas outras cabinas onde provavelmente sua mãe devia estar se divertindo tanto. Pois fazia um tempo ela sumira...
Aos poucos foi se afastando, dando-se por cansada pela vagareza do sorvete que fazia questão de não terminar. Olhava cada vez mais cansada para ele... até sentar-se no banco de frente pra loja que com a ajuda de seu pai conseguiu se acomodar a comer sozinha sua penitência. E cada vez mais que ela lambia ao redor, ele começava a escorrer. E escorria entre seus dedos... deixando suas mãos todas sujas, sua boca suja e... sujando seu vestido! Desapontado com tal feitio, seu pai bruto diz que ela será levada ao banheiro para limpar toda a bagunça que fez. Joga então seu sorvete, inacabado no lixo. Ela se enfurece e finalmente é tomada no colo pelo grandalhão. Depois de algum tempo ela volta e sua mãe está à espera na frente da loja. Quando avista os dois corre para eles... ela, solta no chão corre em direção à mãe. A mãe pára, agacha e abre-lhe os braços, esperando receber um abraço gostoso e cheio de saudade... e pra seu espanto, a criança desvia e vai até a loja. Pára em frente à vitrine e com os dedos alisando o vidro. Olha seu vestido ainda – meio – manchado pelo sorvete. Olha de novo a vitrine e faz jus mostrando a sujeira, cândida suplica:
- Mãe, me compra um vestido?