domingo, 1 de maio de 2011

Uma análise do Sexo Frágil Sexualizado...


Será que as mulheres ainda se importam com a depreciação e sexualização de sua imagem? Algumas coisas, com o passar do tempo e costume, passam a ser banalizadas, aceitas e até usadas em benefício próprio.
Vi uma propaganda de sandálias e pensei nisso. Será que a mulher já se acomodou com a imagem sensual que até passa a fazer uso disso, seja em benefício próprio, se esquecendo do outro lado da moeda em que tantas outras lutaram e até deram suas vidas indo contra???
Na propaganda, a mulher começa a idealizar o Brasil - mas isso é um outro assunto – pensando na sua lua de mel e numa dada parte, ela se depara com a foto de uma mulher na praia e o “corpo da brasileira” de biquíni e então decide, a lua de mel será em Veneza! Intimidada pelo corpo e sensualidade da mulher brasileira, ela prefere evitar concorrência. Tudo bem, tudo inocente, nenhuma maldade... e a gente concorda!
E aí mora o perigo! Explico: uma propaganda de sandália, usando sensualidade e sexualizando a figura feminina, tomando como objeto de prazer masculino e campo de exploração sexual. Enquanto tantas outras mulheres lutaram por direitos femininos, promoveram queima do sutiã e lutaram desde os anos 40 pela liberdade sexual e pela igualdade de direitos junto aos homens. Enquanto tanta disparidade e desigualdade ainda existe no mercado, e a mulher continua revogando essa luta, por outro lado o mercado feminino – e o masculino predominantemente – usa a imagem de sensualidade e o poder SEXUAL do gênero Y como ferramenta chave de seu entretenimento e atrativo de venda. Roupas, acessórios, cosméticos, da propaganda de imóvel à água mineral faz uso desse artifício – mesmo que de brincadeirinha.
A música de uma cantora que fala de ouvir assovio ao passar por uma construção, a propaganda que fala de roupa íntima pra seduzir, a de bebida pra conquistar a mulher sedutora e tantas outras empiranham a imagem da mulher, em pleno século XXI! E acabam por obrigar a mulher a assumir esse papel, entrando num conflito sócio-cultural. Enquanto a americana é gorda ou bem sucedida, a francesa é inteligente, clássica e avant-garde, para a brasileira, só sobra a imagem do biquíni nas praias de Copacabana ou a coisa mais linda, mais cheia de graça, que vem e que passa? E as mulheres ainda se conformam, se acostumam, acomodam e se apertam e espreitam dentro de um micro tubinho ou aquela saia – seria um cós, numa análise semiótica de moda – sustentando essa visão. Então, a propaganda da sandália, do batom, do desenho animado, da bolsa e da fechadura da porta podem usufruir livremente dessa imagem que vende! Então, uma propaganda tem conteúdo ou tem uma gostosona... e lá se vai toda geração e ideal feminista.
Então Chanel chora de seu paraíso haute couture. Não valeu de muita coisa todo seu discurso e exemplo feminista.
Uma outra ocasião ocorreu enquanto andando com uma amiga e suas amigas um cara chamou de gostosa, todas, que não gostaram e ficaram resmungando, creio que só porque ele não era um partidão... – eu afirmo categoricamente – porque ele era feio e não estava num bom carro (pelo menos quanto a ela e as amigas; e algumas muitas outras; posso afirmar que esses atributos mudaria a figura...). Recordando o fato, e repensando tudo isso, volto a me perguntar, será que a mulher realmente se importa com essa banalização e depreciação de sua figura? Ou isso é apenas charme de que há um engajamento para se equiparar ao homem e em como ele posa sua figura na sociedade.
Enquanto o homem faz o papel do endinheirado, bem sucedido e que arca com as despesas, as mulheres são exploradoras e vagabundas (não é sensual, é vagabunda mesmo!).
Então decidam-se, assumir ou continuar fazendo o jogo? Talvez, não haja qualquer importância com essa depreciação, pelo menos, longe de mulheres que se comprometam com Deus, ou as que aceitaram que não tem aquele corpo e usam a inteligência e carisma como arma para a sua sedução...
Pps/ só para amenizar para a mulherada, não se preocupem, o homem, no fundo, faz papel de mané: ele trabalha, trabalha, trabalha, pra na hora da propaganda gastar tudo em bolsa e etc feminino... um mané!

ADENDO: Se você for contra tudo isso, jogue no google e veja o resultado do primeiro bloco apenas da pesquisa do nome MULHER!

6 comentários:

Carol disse...

Uau ! como você escreve bem menino...!

Eu adorei a forma coma qual você analisou a patética imagem que as mulheres de hoje insistem em passar, concordo e lamento com tudo que você disse.

Beeeijo

Carol disse...

Eu concordo com sua forma de pensar. Acho sim que o brasil virou a banalização da BUNDA. Não temos só isso não..temos muito mais. Mas é complicado, quando as indústrias - TODAS - são voltadas para esse modelo de "mulher". Você tem que ser gostosa, tem que ser bonita...não precisa ser inteligente, não precisa ser bem sucedida. Seja "gostosa" que seus caminhos serão abertos.
É triste...mas é uma realidade muito difícil de mudar, visto que, é fácil criticar quando te atingem...mas é mais fácil ainda se acomodar quando pra sociadade você "está bem". Então desistem do que acreditam.
Por isso que sou gorda com orgulho. Não me deprimo se não me cantam na rua..as vezes até agradeço. Não sou qualquer uma. ;)

Unknown disse...

É escroto porque ao mesmo tempo que eu não acho legal, eu acho que é uma puta de uma sacanagem o cara aparecer pelado, ser o gostoso e estar tudo bem... Não que eu ache que as mulheres devam fazer isso pra estar no mesmo nível... isso vai acontecer quando tivermos os mesmos salários, cargos etc. Mas ao mesmo tempo, quem é que diz que a mulher que mostra alguma parte do corpo é a putona? Quem decidiu que nosso corpo tem que ser censurado? Caras andam sem camisa e isso é comum, mulher põe um decote e é asediada. Que porra é essa?

Unknown disse...

THAINÁ-Gostei realmente a figura da mulher sempre é ligada sexualidade e a imagem do frágil do feminino. Mais somos nós mulheres que assumimos os cargos de chefia hj em dia no mercado de trabalho e tbm o papel de chefe de familia. consigo enxergar até com um certo alivio que consigam nos enxergar de forma sensual já que a prioridade em nossas vidas cada vez menos tem sido a nossa estética.

Anônimo disse...

Concordo Mumu!
Mas o pior é que isso já virou parte de todas nós brasileiras,voluntária ou involuntariamente!
Não enxergam cérebro em nós!
(Revoltada!)

Danielle Spada disse...

Adorei a forma pela qual se expressa contextualizando a grande máquina de formar "opiniões" - [mídia] e historicizando a mulher no tempo e nos conceitos.
Como MULHER, percebo a falta de identidade e reconhecimento de seu lugar na sociedade, assumindo assim valores externos que não passam por um filtro de questionamentos próprios, até porque os questionamentos que se estabelecem são vindos dessa sociedade.
Parabéns pelo texto...