
É sempre de muito bom gosto expor arte e divulgar o que há de bom!
Minha tia me ligou esssa manhã me avisando que o programa HOJE EM DIA, Record, estava divulgando o trabalho do Bolshoi no Brasil e provavelmente conversaram algo, o que não tive oportunidade de ver. Mas o que pude pegar foi uma bailarina - depois coloco os créditos dela - dançando muito bem a variação do Cisne Branco do Lago dos Cisnes.
Tocavam trechos da música de Tchaikovsky e ela dançava num chão que era desapropriado para as sapatilhas. Era um chão de acrílico. Só quem dança sabe o quanto sofremos em festivais e teatros despreparados para adaptar a segurança de garantir uma boa execução. Ela venceu com muito cuidado, percebi o quão cauteloso e temido eram os fouetés para ela. E ela ainda estava na ponta, que diferente das outras sapatilhas deslizam mais, para os desavisados, as pontas são feitas de cetim, e sem atiderrapante. Daí você imagina o tamanho desleixo e despreparo da equipe em colocar uma convidada nesta situação. Mas ela, como todo bailarino vai lá e faz sua parte!
Ela vendeu muito bem seu peixe... mas outra coisa deixava a desejar... o apresentador que em breve iria entrar com um comercial de um café patrocinador, entrou no stúdio onde estavam um bailarino e o diretor do Bolshoi no Brasil, Pavel Kazarian, servindo-lhes um cafézinho e a camera tirou o foco da bailarina para registrar a entrega do cafézinho, algo revoltante! Voltou à bailarina que continuava a execução e então o mal educado do EDUARDO GUEDES fez o favor de começar a falar e tiraram outra vez o foco da dança. A música que estava no fim acabou enquanto ele falava e a Chrys Flores - super educada sempre! - tentou consertar a situação elogiando o trabalho da bailarina e agradecendo a ela honrando seu talento. Seguiu com o Pavel sendo educadíssimo e presenteando cada apresentador com uma blusa do Bolshoi e passando a reportagem em diante...
Tentar fazer uma coisa grande é muito bom! Divulgar a arte é maravilhoso e ainda mais abrir espaço pra uma que é tanto tida como elitizada e restrita! A intenção foi boa, mas o que ficou feito não foi por falta de estrutura, foi por falta de interesse e profissionalismo! A Record tem capacidade sim, e o programa também tem muita gente competente. O que não dá é fazer tudo de qualquer jeito, como se qualquer um fosse ver o que está sendo feito. Pontos negativos, parabéns pro Pavel pelo trabalho que o Bolshoi tem realizado aqui no Brasil e parabéns à bailarina que não consegui captar o nome...
E viva a arte, viva a dança, viva o ballet!
4 comentários:
e Vive la France!
Ah, pra mim os fouetés são sempre temidos. =P
Estou trabalhando em outra escola de dança, em frente à minha sala tem um palco onde esta semana está tendo uma Mostra. A maioria é dança contemporânea. É bacana, mas nada como as pontas. =)
Passa no meu blog tbm, ow! Beeeeijos!
Murilo, parabéns pelo seu blog e pela sua paixão pelo ballet.
Essa situação é comum nos meios de comunicação. Sobretudo em relação ao ballet clássico, arte tão bela, quanto invisível em nosso país.
Alguns fatos ilustram esse desrespeito, em parte causado por desconhecimento.
Por exemplo: a Rede Brasil já passou uma série de dança contemporânea que era apresentada por um ator. Por que um ator? Desde quando ele tem conhecimento de dança para comentar as criações apresentadas? Se ele apenas lê os comentários, quem responde por eles?
Outro exemplo, na mesma emissora e mesmo programa: quem via o anúncio do programa imaginava se tratar de uma proposta eclética, em que vários estilos de dança, inclusive ballet clássico, encontravam seu espaço para se apresentarem. Propaganda enganosa. O ballet era apenas um chamariz.
Quanto ao Pavel, é um prazer sabê-lo à frente da Escola do Bolshoi. Cabe-lhe, e a todos nós, orientar a emissora e seus apresentadores sobre as peculiaridades do ballet e evitar realizar em pisos inadequados determinados movimentos. É uma forma de educar. Um abraço.
Uma pena essa misturada toda... em pensar que ainda em festivais de danças, os produtoresd misturam clássico com uma enxurrada de coisas... além de quebrar a frequência clássica ainda dispersa a platéia que leiga do ballet, acha qualquer batida e rebolado bonito e excitante e passa a achar o ballet monótono e sonolento...
Vale a pena comentar que no último festival que fui, perdão, mas tive que rir, o locutor anunciou que seria um grand pas a ser dançado, mas pra quê falar isso pra um bando de leigos... certo, depois do pas de deux, veio o garoto e a mulher perguntou: "ué, ele vai dançar de novo?" (...) Volta o menino de novo depois da variação feminina: "ai meu Deus, ele de novo? Quanto ele pagou pra dançar isso tudo?"(rsrs) e ei que ele volta ainda na mesma música pra finalizar o pas de deux e mais uma vez: "ah não... de novo ele?".
(vontade absurda de explicar pra aquela senhorinha o que é um grand pas... pra aliviar aqui vai: tem um pas de deux, variação do homem e da mulher - separada - coda e grand finale =) --') alivio...
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